Quem sou eu

Minha foto
Apaixonado, brasileiro, headbanger, palmeirense, paulistano, licenciado em História, especialiZando em Tradução...as postagens falam mais que isso, e quem quer me conhecer, troca idéia comigo...

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Início/Conto - A Lagarta

OLA! Bom, primeiro post, estréia...

Tenho que começar explicando o pq disso aqui, e é bem simples; eu queria algum lugar pra publicar o que eu escrevo...voltei a escrever esse ano e agora to com a cabeça muito mais madura, com as idéias no lugar, coração também...vamos ver o que sai...

Pra estréia, um conto curto, simples...


-A Lagarta-


Abrir a porta. Era simples, principalmente depois de dois anos usando a mesma, principalmente aquela. Aquela porta “normal” de madeira dava uma emperrada e não abria caso você não desse uma levantadinha pela maçaneta, e Jean fazia isso automaticamente, sem pensar nem se esforçar. “Pelo menos posso ir a pé pro serviço”, pensou ele, empurrando as contas que acabaram de chegar por baixo da porta recém trancada. O rapaz morava no centro, próximo de tudo e a poucas quadras do escritório, o que fazia valer bem a pena tudo aquilo de aluguel. Não que tivesse algo para reclamar, nunca tivera problemas com vizinhos, infiltrações ou qualquer outra daquelas reclamações do pessoal do trabalho. Hoje, ele saíra cedo, ainda era 09h15min, e dava até pra pegar um café no Tom. Jean nunca se perguntou (ou o perguntou) o motivo deste apelido, “Talvez seja de Tomate, o cara tem uma cabeçona vermelha”, pensou. Antes de atravessar o farol, ali na faixa mesmo, parou para admirar uma garota que passava no outro lado da rua: “Malandro, olha só, nesse vestidinho, que maravilha! Deve ter uns 19 aninhos, no ponto” – rapidamente se deu um tapa mental e uma voz (que estranhamente sempre lembrava a de sua mãe) ecoou em sua cabeça, “Respeito, rapaz, ela não é um bife!”. Chacoalhou a cabeça e continuou andando, pensando que tipo de café tomaria no Tom. Chegando no lugar, viu que estava quase lotado, e como estava adiantado, resolveu esperar lá fora, e encostou num canteiro de flores. Ali, observou o seu redor. Observou o céu: “Nossa, não tem uma nuvem no céu hoje, tá limpinho! Pra quem é piloto deve ser uma maravilha”, e, como isso era comum, um Boeing deixou seu rastro branco no azul límpido daquela manhã. Observou também a rua: “olha só quanto táxi! Bom, ainda bem que eu não preciso pegar né, mas bem que eu podia comprar um carro, ia ser útil pra sair e também conseguir companhia”. Pensou por um momento em quais modelos de carro ele poderia comprar. Pensou em quais modelos ele queria comprar. Seu olhar caiu sobre o canteiro.
“Eita José!”, exclamou, “fazia tempos que eu não via uma dessas”, e se abaixou mais para observar mais de perto: “Coisinha bonitinha, hein? Olha só, verdinha, molinha e toda pimpona devorando uma filha. Vai dar uma borboleta das grandes, essa aí”, concluiu. Jean observava uma lagarta. “Olha só que bichinho genial, tão tranqüilo, sem preocupações d éter que levantar cedo, lavar louça... é só pegar uma folha, das mais verdes, e sentar o dente! Bom, sei lá, você tem dentes?”, perguntou Jean, “Deve ter, né, como mais iria comer a folha?”. Parou alguns segundos para admirar o inseto. “Puxa!”, continuou, “será que vai demorar muito pra você se fechar no casulo, amiguinha? Deve ser por isso que come tão depressa, né? Pra guardar energia pro descanso. Olha só, nunca tinha parado pra pensar como as lagartas são parecidas com os ursos”; parou mais um momento para observar o bicho se alimentando e admirar a própria conclusão de similaridade entre um inseto e um mamífero. “Será que ela sabe que eu to vendo ela comer? Será que ela pensa, ‘Puxa, que folha deliciosa’, ou ela só pensa ‘É melhor eu comer essa folha, senão eu morro de fome’, ou ainda, será que ela pensa? Eu não lembro se inseto pensa ou não, e olha que nem faz tanto tempo assim que eu saí do colégio”. Sem perceber, começou a pensar sobre os tempos de escola, mas a nostalgia durou pouco, pois a lagarta começou a se deslocar para outra folha e ele a seguiu com os olhos. “Aonde você vai, amiguinha? Quando você virar borboleta, você vai me visitar? Ah, ta com fominha, né? Isso, come que você vai virar uma linda borboleta”. O jovem estava vidrado no bicho, e admirava todos seus detalhes e movimentos, observava cada mancha disforme em seu corpo oblongo, cada aspecto de sua natureza. “Quando você nasceu, você era larvinha, imagino. Que coisa, não?”, pausou e, sem tirar os olhos do inseto percebeu algo estranho ao redor, “Nossa, o que será que tá acontecendo por aqui? Ah, deixa pra lá, to aqui com a minha amiguinha verde e não tenho que me preocupar com mais nada, não é? Minha amiguinha é tudo que eu preciso, e nada vai acontecer com a gente, certo?”. Ele se aproxima do canteiro, praticamente deitando sobre as plantas, e ali observa por mais alguns minutos enquanto a lagarta devora a folha sem pressa.
“O rapaz, calma aí!”. Esbarram em Jean. Ele olha para cima e percebe que a vida nunca mais será a mesma na Church Street.

___/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\/\___


E escrevendo um conto, é quando a gente percebe que não estamos (principalmente aqui, no Brasil), acostumados com Contos. Lemos romances, best-sellers, tirinhas e etc, mas nos contos, onde geralmente a reflexão deve ser feita com menos história, dados e com mais sutileza. Também reflete no fato de não "gostarmos" de uma coisa acabe rápido. Podem ver, hoje em dia tudo tem sequência, trilogia, continuação...é filme, livro, seriado...seriados hoje em dia não podem acabar, portanto por pior que esteja, dão continuidade...

Issae, quero a opinião e comentário e CRITICAS CONSTRUTIVAS haha


ENJOY ;D

Um comentário:

  1. Eu (burrinha que sou) não tinha entendido nada.... Mas após breve explicação do autor ADOREI o conto....

    TE AMO!!!!!

    ResponderExcluir

Expresse-se =D