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Apaixonado, brasileiro, headbanger, palmeirense, paulistano, licenciado em História, especialiZando em Tradução...as postagens falam mais que isso, e quem quer me conhecer, troca idéia comigo...

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Poema: Fios de mel

Fios de mel

A doçura em teus fios dourados
Ora lisos, ora encaracolados
Tons de prata permeiam, rajados
Cascata dançante, deixou-me embriagado

Do mel mais doce é feito
Cada detalhe que reluz perfeito
Do topo às pontas que alcançam o peito
Inquietos cordames que balançam ao vento

Com meus dedos toquei
Com controlada força puxei
Sem intenções já arranquei
Sem dúvida ou questionamento,
Desde aquela noite que a beijei,
Amei

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Poema: Floresta

Árvores por todos os lados
Frio, sozinho, silêncio
O mundo inteiro apenas,
Calado

Frio estou sentindo
Seria da neve que cai
Ou emana do peito,
Quebrado

Ouço o rio correndo,
Corrente, constante, gélido
Vazias águas escuras,
Inanimado

Outra folha caindo,
Mortas companheiras em mim
Tantas se amontoam,
Apagado

Relva de solo úmido,
Almas, vermes e Sombras,
Um labirinto sem fim,
Enterrado

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Poema: Lembrei

A vontade era de largar
De tudo, largar sem saber
Sair por aí, e do mundo
Esquecer
Mas foi aí que lembrei
Que partir assim,
Largando de tudo
Eu largo de mim,
Já que não existe eu,
Sem existir você!

sábado, 28 de setembro de 2013

Poema: A Caverna

Destino traçado
A mente busca
De lado a lado
Anseio que ofusca
O caminho passado
De retas e curvas
Altos e baixos
Ou alma turva
De mata fechada
Floresta escura
Ou costa rala
A terra nua
A caverna escura
Sem ecos nem sons
Pode ser umida
Alegre e indolor
Ou sua secura
Leva ao vermelho da dor


sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Poema: Afrodite e Eros

O visitante inesperado
Pelos ventos frios da noite
Filho meu, alado
Esguio e ágil, galante
O destino por ele, traçado
Vos guio pelas nuvens dançantes

Minha mãe, senhora do amor
Paixões, desejos e anseios
Por ti causo infeliz dor
Brincando com as vidas, permeio

Sem mais delongas, cria
Diga a mim por que aqui veio

Ora, mãe, que modos estes a me tratar
Sentes não a falta de teu filho a visitar
Parto então sem me estender,
Junto a próxima corrente de ar

Profira mais nada, filho meu
Se minha pergunta fere o ego teu
Já conheço o que o levou a cruzar o Egeu
De tua mãe, seus carinhos quer o apogeu

Sem delongas ou enrolações eu vejo
Comecemos nossa antiga dança, o desejo

Deu-se início então o coito, profano
Mas ao logo iniciar o filho, insano
Pede à mãe uma demanda, implora
Tu sabes como quero, minha senhora
Que lhe questiona, impaciente, sem demora
Por que este anseio especifico, da deflora?

Mãe querida tu já sabes, ou não
Que desejo o que me privas,
A primeira paixão
Só a ideia que cativa
Alcançá-la-hei então,
Ante o único meio,
Tua defloração


A obra acima, de Agnolo Bronzino, entitulada "Vênus e Cupido", foi o que me inspirou a escrever este poema. A deturpação dos valores que hoje temos como praticamente "sagrados", da família e relação co-sanguínea, é algo constante ao analisarmos os mitos e lendas greco-romanas, e foi fonte de inspiração para meu poema que, assim como os mitos gregos e os artistas Maneiristas, procura deturpar e distorcer aquilo que é esperado.

ENJOY!

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Poema: Veludo negro

Olhando à cima
Veludo negro
Procuro o que atina
Bate-me o medo
Um mar bem brilhoso
De infinitos encantos
Tirou-me o gozo
Cobriu-me com um manto?

Aonde rumaram?
Abandonaram-nos, como?
Será que as levaram?
Procurarei, nos entornos

Vinde, astros!
Por que nos deixaram?
Nefastos! Nefastos!
Dos céus, vastos
Será que vos levaram?
Nefastos! Nefastos!

Após a procura,
Distante lonjura
Tão longa demora
Sem hora, sem hora!
Incrível descoberta,
Ansiedade que aperta

O culpado do breu
O gatuno, sou eu
No último suspiro
Levei-as comigo
Embora que fosse
Na eternidade, tão doce
Um beijo que valha
Da afiada navalha

(imagem retirada de: http://john8859.deviantart.com/art/Starless-Night-139902296 todos os direitos reservados ao autor original)

domingo, 8 de setembro de 2013

Poema: Pecado


Não olhes, não toques
Não queiras, nem peças
O desejo, proíbes
Anseios, os cessa
Aos olhos divinos, imperdoáveis erros

O pensar no ato, ou
Tê-lo feito, de fato
Nada importa, pois
Quebrastes o trato
Aos olhos divinos, imperdoáveis erros

Ao tentares, o medo
De ser negada a passagem
Pelos portões de Pedro
Por mais bela a imagem
Da eternidade, eu temo
Aos olhos divinos, imperdoáveis erros

Trabalhe seu tato
O mais simples, pacato
Negro olhar, já inspira
O desejo nato
Aos olhos divinos, imperdoáveis erros

Pois vá e pegues
Se jogue, não temas
Teu destino, escreves
Tua opção é a mesma
Aos olhos divinos, imperdoáveis erros

(imagem retirada do site: http://jessicamdouglas.deviantart.com/art/Sin-23218165 todos os direitos reservados)