Quem sou eu

Minha foto
Apaixonado, brasileiro, headbanger, palmeirense, paulistano, licenciado em História, especialiZando em Tradução...as postagens falam mais que isso, e quem quer me conhecer, troca idéia comigo...

segunda-feira, 7 de abril de 2014

O Metal em 2013





Metal em 2013

Com muito atraso, venho aqui postar minha lista do que considero ter sido os melhores trabalhos de Metal, não importando qual vertente, no ano de 2013. É sim uma lista pessoal, onde eu coloco aqueles álbuns que eu acho que merecem destaque, dentre aqueles que saíram ano passado. A lista não está em ordem cronológica ou de preferência, apenas é a ordem que analisei os álbuns.

Carcass
Lançado em Setembro de 2013, o álbum de retorno do Carcass é considerado uma ótima mescla de duas fases da banda: o aclamado Heartwork, com uma pegada mais melódica, Melodeath praticamente; e o também aclamado Necroticism, que trazia o peso do estilo inicial da banda, quase Grindcore, com as novas tendências que as composições do Carcass seguiam. Antes de ser lançado, Surgical Steel criou uma expectativa daqueles que curtem a banda, pois tínhamos o "pé atrás", com medo de que viesse algo que fugisse do esperado (na verdade o que é o "esperado" para os fãs xiitas das bandas? Tem como agradar esse povo mesmo?). O Carcass surpreendeu, mas pro lado bom da coisa. O álbum é, pra mim, muito bom e consegue trazer bem essas raízes "glamourosas" dos lançamentos dos anos 90, mas com uma boa pitada moderna, tornando Surgical Steel muito bem situado dentro do metal que temos hoje em dia. O álbum é encontrado completo no You Tube.
Carcass - Surgical Steel


Amon Amarth
 Com o lançamento  de Surtur Rising em 2011, eu tinha perdido a empolgação e excitação com a banda, achei muito repetitivo, mais do mesmo, cópia do sucesso dos dois álbuns anteriores, mas sem qualidade ou criatividade em cima dessa linha. Foi com essa mentalidade que eu ouvi o Deceiver of the Gods quando saiu em Junho de 2013. E ainda bem que fui pensando assim, porque tive uma ótima surpresa. Nesse álbum a banda se reinventou um pouco, alterou algumas linhas de melodia e de batida, mas sem perder suas características. Os caras me convenceram de novo que são uma boa banda, que vale a pena o sucesso que vêm alcançando nos últimos anos e a alta produção que os envolve. Lançaram um vídeo pra música Father of the wolf, com uma história e uma boa produção, com 10 minutos de duração e tudo mais. A 8ª faixa, Hel, conta com a participação especial de ninguém menos que Messiah Marcolin, do querido Candlemass. Na edição especial, tem as faixas do EP Under the Influence que saiu no mesmo ano, com covers e tributos. A banda se apresentará no Brasil em Maio desse ano. O álbum é encontrado completo no You Tube.
Amon Amarth - Deceiver of the Gods


Hipocrysy
 Um dos primeiros álbuns que eu ouvi em 2013 foi End of Disclosure. Lançado em Março, defini na época como "uma aula de Death Metal moderno". Sim, tem todos seus pontos melódicos e menos pesados que um "álbum de Death Metal deveria ter", de acordo com a galera chata tr00.
Com a mente aberta, eu ouvi desde seu lançamento. A experiência foi um pouco similar à que citei acima no álbum do Amon Amarth, pois os recentes trabalhos da banda não me agradaram tanto. Pra quem começou tocando numa banda "séria" de MeloDeath muito baseada em Hypocrisy, acho que foi um ótimo trabalho dos suecos. O álbum contém 9 faixas, pedrada atrás de pedrada, não dá pra ouvir sem bangear e se agitar, ele passa uma energia muito forte e uma ambientação que faz tudo casar muito bem. O álbum é encontrado completo no You Tube.

Morna
A banda surgiu na Eslováquia em 2010 e ano passado lançou A Tale of Woe. O Enciclopedia Metallum os classifica como Progressive/Melodic Death Metal, mas acho que até tendo Progressive é um pouco limitado pra sonoridade do Morna. Quando o álbum saiu, eu fiquei boquiaberto, pois não esperava algo tão único. Mesmo tendo uma pegada obscura e sombria, as melodias variam muito e as linhas de composição também, e mesclam muito mais estilos do que uma definição em 3 ou 4 palavras pode conseguir. Com guitarras bem marcantes e um "groove" bem elaborado, o Morna nos trouxe uma quebradeira refinada e de altíssima qualidade. O álbum é encontrado completo no You Tube.

 Master
 O trio de mestres do Death Metal clássico fez de novo. Mais um clássico à moda antiga. E é destruidor. O Master não procura inovar, não procura diversificar. A proposta dos caras é fazer um álbum pesado, rápido, seguindo sua tradição e raízes do Death Metal dos EEUU. A qualidade é primordial quando falamos de Master, e seus 31 anos de banda são um reflexo disso. Vou ser bem sincero e dizer que os trabalhos do Master nunca me atraíram MUITO. Acho que essa ideia de se manter tradicional e próximos às suas raízes interessante e legal, mas nada que me faria ouvir uma banda diversas vezes ou a colocaria no player do meu celular. Porém, não sei o que tem em The Witchhunt, que me fez ouvir esse álbum algumas boas vezes seguidas desde que ele saiu em Setembro. E vou ouvi-lo muitas ainda, principalmente quando quiser algo rápido e destruidor. Não me levem à mal, acho Master uma ótima banda, que honra todos os deuses do Death Metal, e acho que The Witchhunt é o soco no estômago que faltava pra me lembrar como eles são bons! Encontra-se algumas faixas no You Tube.

Autopsy
 Falar de Autopsy é algo que deve ser feito com muito cuidado. Sem querer comparar, mas dessa lista é a banda que mais merece respeito da minha parte. Os caras são ícones, reverenciados, influenciaram Deus e o Mundo, contribuem até hoje com obras-primas de boa música. Autopsy é Death Metal, mas tem nuances de Doom, Sludge e por aí vai. Desde que eles voltaram à ativa, tem praticamente lançado um álbum por ano, e The Headless Ritual saiu em Junho de 2013 (em 2014 já sai outro agora dia 21 de Abril). Sou suspeito pra opinar nessa variação de "rápido-lento-atmosférico-rápido (repeat)", porque é o que tenho realmente curtido nos últimos anos. Com uma crueza sensacional, o Autopsy mostra em The Headless Ritual como fazer um bom Death Metal ao estilo tradicional, mas com variações e melodias que não fazem perder o peso e o tom. O álbum é encontrado completo no You Tube.

 Orphaned Land
 Os israelenses do Orphaned Land alteraram bastante seu estilo. Sem perder qualidade em nenhum momento. Você pode não gostar de algum álbum ou fase da banda, mas falar que é RUIM, é algo criminoso. Em Junho do ano passado eles lançaram All is One, um novo exemplo de que a banda faz muito bem música. Trazendo diversos elementos de música folk da região que a banda surgiu, mesclam vários estilos musicais, instrumentos, e o álbum reflete bem, em várias interpretações, seu título de All is One. Sinceramente não consigo definir a musicalidade e estilo desse trabalho do Orphaned Land, apenas digo que é incrível e que todos que gostam de boa música, metal ou não, devem ouví-lo. O álbum é encontrado completo no You Tube.
Sepultura
Agora chegamos ao Brasil. E falar de Sepultura é complicado, por ser uma banda tão grande, há muitas opiniões e sentimentos envolvidos, tanto por quem escreve, quanto por quem lê. Mas vou ser sincero como fui até agora, e se não agradar, problema é de quem não agradei. Sepultura é um dos motivos de eu ouvir e tocar metal hoje em dia, pois quando adolescente ouvi muito da banda e achava genial uma banda brasileira ter o tamanho, importância e repercussão no mundo da música como eles têm. Fui crescendo e ficando mais chato, mais crítico e por um tempo fiquei sem ouvir os trabalhos que vem depois do Arise (1991). Ainda não ouço tudo que aconteceu desde lá até hoje deles, tem coisa que não agrada mesmo. Mas vou te falar que, como baterista, o Sepultura é uma questão de orgulho, por ter tido sempre ótimos músicos por trás das batidas e ritmos da banda. Igor foi o motivo de eu escolher as baquetas, o Dolabella é um monstro de precisão e velocidade, e o Eloy é o nosso diamante bruto. Bem bruto. Ele conseguiu entrar numa banda muito mais velha que ele e adicionar um brilhantismo que me surpreendeu, mesmo acompanhando a carreira dele desde que começou a aparecer na mídia especializada de bateria. The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart, que saiu em Outubro do ano passado, é um álbum que mescla tudo de bom que já teve na banda. Peso, riffs marcantes, variações rítmicas, velocidade, e tudo com uma renovação que encaixa o Sepultura perfeitamente no cenário musical do século XXI. Foi uma surpresa. Das boas. Das ótimas. O álbum é encontrado completo no You Tube.

Thy Light
 Thy Light é uma "one-man-band" de Limeira, no interior de São Paulo. Paolo é o compositor e músico que idealiza a banda, e conta com Alex pra compor algumas letras em conjunto. Em Julho de 2013 foi lançado No Morrow Shall Dawn, que pra mim é algo inesperado e surpreendentemente maravilhoso. Nunca esperava que fôssemos ter um lançamento de tanta qualidade, de Depressive Black Metal. Sim, é um pouco de preconceito e pessimismo, mas é a realidade que vejo nas produções e espaço na música, mesmo que underground, no nosso país. Pra quem curte o estilo, apenas recomendo que ouçam na íntegra, com fones de ouvido e num volume alto pra sentir toda a atmosfera e sentimentos que as músicas passam. Pra quem não curte ou não conhece muito o DSBM, recomendo que abra um pouco a cabeça e ouça de olhos fechados. O Paolo consegue transmitir muito bem as palavras em música, e casa todos os instrumentos na hora certa, dando o enfoque a cada um quando necessário. De novo, sou suspeito pra falar porque gosto muito mesmo desse estilo de música, essa temática maníaco-depressiva e tudo que envolve esse cenário. Apenas ouçam a banda de Limeira. O álbum é encontrado completo no You Tube.
Armahda
 Falar dos caras do Armahda agora. Banda aqui de São Paulo que no momento conta só com 2 membros, Renato e Maurício, que compuseram tudo, ambos gravaram as cordas, Maurício canta e chamaram um amigo pra gravar a bateria. Lançado no ano passado, o álbum que leva o nome da banda é algo que chama atenção no metal brasileiro. Sim, é um álbum de Heavy/Speed/Power Metal, que não foge muito daquilo que influenciou claramente os músicos a compor nesse estilo, ao ouvir algumas músicas você nota de qual fonte beberam para se inspirar, o que não é nada ruim. Fazem isso sem soarem repetitivos, sem parecer cópia desse estilo tão saturado. E o mais importante: a banda trata da história do nosso país. E tem uma música em português. Essa iniciativa, de tratar de maneira inteligente nossa história, de cantar na nossa língua, e ainda assim conseguir um bom espaço na cena metal brasileira, é algo louvável. E não falam dos clichês cansativos da nossa história, variam desde culturas indígenas, até acontecimentos do século XX. Além disso, contextualizam suas músicas na página do You Tube e explicam o que aconteceu de maneira simples, que faz o público entender o que querem dizer e como aquilo afetou a construção da nossa sociedade. Pro Armahda, um brinde e tiro meu chapéu, parabéns pela iniciativa. A banda disponibiliza em seu canal oficial do You Tube todas as faixas do álbum.


Menções honrosas:
Lançamento oficial do Avec Tristesse: a banda carioca esteve ativa de 2000 a 2009, lançou Ravishing Beauty em 2002 e How Innocence Dies em 2004 e planejava lançar Use & Control em 2006, porém o álbum vazou na internet e a banda suspendeu seu lançamento. Em 2009 encerraram atividades sem ter lançado o álbum fisica e oficialmente, porém praticamente todo mundo que curtia a banda já o havia ouvido. Em 2013 resolveram voltar à ativa e lançar o álbum, num pocket show em Pinheiros, São Paulo, no qual eu fui e vi que a banda não devia ter parado mesmo. Estou agora aguardando mais notícias, shows e lançamentos.
Omfalos: não conhecia a banda de Brasília até o final do ano passado. O som dos caras é um Avant-garde Black Metal de muita qualidade, e tem álbuns lançados em 2011 (Idiots Savants) e no ano passado mesmo, Cotton Candy Rendezvous. Não fiz nenhuma análise mais profunda da banda e do álbum pois não tive tempo de parar e ouvir com atenção, mas recomendo o som diferenciado deles.
Miasthenia: um dos maiores nomes do Black Metal nacional lança oficialmente seu álbum agora, terça-feira dia 08 de Abril, e assim que conseguir ouvi-lo, passo as impressões. Aguardo ansiosamente por esse álbum.
Metal no Brasil: coloquei na lista, 3 bandas e lançamentos nacionais de 2013. Mas sinceramente, assim como tive boas surpresas com as bandas internacionais, o Brasil me decepcionou um pouco em 2013. Esperava mais, tanto das linhas mais conhecidas como do underground do metal. Não sei o motivo específico, mas acredito que falte inovação pro Metal brasileiro, falta mistura, falta ousadia, falta beber um pouco dos outros estilos e ritmos da música, seja ela nacional ou não. Falta um pouco de brilho. Não é algo 100% fixo na nossa música extrema, mas estamos repetitivos e cansativos. Não falo isso querendo menosprezar, apenas reflito assim visto o cenário headbanger do ano passado, e espero que esse ano nos mostre novas coisas, novos ares, novos horizontes musicais.

ENJOY!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Expresse-se =D